Escondendo o que
sinto
Sem saber
bem
por que...
por quê?
lá isso é pergunta
que se faça?
o sol arde
sem que perguntem
as flores a razão de ser.
Ser e sentir
Ter e viver
Sempre o mesmo porquê
Perguntas vazias
à espera de respostas intensas
Por que você questiona?
Por que você pergunta?
Ora, viva!
Pare de se interrogar!
Passe a responder!
É tempo de andar
De quebrar as pernas
Aqui se encontra todo o
mistério
Se desvenda o segredo
Do qual você tem medo
Medo
por quê?
Não há o que esconder
Basta deixar
estar,
sentir
e ser
E eu, sei lá, taxado de malandro por quem não tem
a malandragem de ser e estar além
dos horizontes e de tudo que se pode tocar...
Inocentemente sujo,
Vagabundamente puro,
Eu só tenho compromisso com
meu violão!
Minha canção que veio
sem tempo, sem medo.
Se sequer um sofrimento.
Viva a música do questionamento
A melodia da minha solidão
Viva ao medo, meu tempo
Viva o improviso de
minha canção!
Minha canção, que também é
um ser vivo
correndo direto da garganta
pro coração.
Visto, me dispo, despisto,
conquisto, bem quisto
sou
E sou
o que ficou
de toda essa conversa,
de toda melodia,
de toda poesia,
de todas as perguntas
não respondidas
A luz acaba
os versos me cansam
a terra se mexe
e as árvores
voam sobre nossas
mentes flutuantes
Quantas vezes já não pensei em acabar com todos os sentimentos que foram construídos, apenas me deitar em minha cama
sem os sentidos...
Pois não há
sentido
em viver
Mas assim mesmo
vivo!
Vivo
sem sentido
mas sentindo
plenamente
o mundo ao meu redor,
a mim mesmo...
...e outras coisas
que prefiro esconder.